sábado, 31 de maio de 2014

Copa e o Fuleco







































dia dos pais





sábado, 24 de maio de 2014

Exploração de texturas e melecas

Objetivos 
- Explorar texturas de tintas e melecas. 
- Utilizar diferentes instrumentos para pintura. 
Ano
Creche. 
Tempo estimado 
Durante todo o ano, ao menos uma vez por semana. 
Material necessário 
Bacias grandes, utensílios de cozinha como coadores, espátulas, colheres, escumadeiras, pratinhos e vasilhas de diferentes tamanhos. Pincéis, brochinhas, rolinhos de pintor, esponjas e suportes grandes, como papéis, tecidos lisos, plásticos e caixas de papelão. Farinha de trigo, gelatina em pó com cores fortes, amido de milho, corante comestível (anilina) e natural, feitos com frutas e geleias, para preparar tintas e massas (para cada xícara de água morna, acrescente uma de amido de milho e um pacote de gelatina. É possível variar a densidade da meleca acrescentando mais água ou mais farinha. Para mudar as cores, acrescente o corante. 
Flexibilização
Para alunos com deficiência física 
Para trabalhar com bebês com deficiência física nos membros superiores, envolva os rolinhos e os pincéis em espuma. Isso vai ajudar os pequenos a ter mais firmeza na hora de fazer as primeiras pinturas. Você pode fixar papeis em pranchetas inclinadas e colocar em frente ao bebê ou fazer com que a criança crie suas próprias estratégias para pintar nos papeis fixados no chão. Estimule que ela pinte com os pés junto dos colegas e deixe as tintas em lugares acessíveis e próximos da criança com deficiência. Os outros bebês também ajudam a criança a segurar alguns objetos ou alcançar os potes de tinta. 
Desenvolvimento 
1ª etapa
As experimentações com as tintas podem ocorrer na sala, em uma oficina de artes ou em espaços externos. Monte o local deixando à mão tudo o que será necessário para o andamento da proposta, pois assim você pode ficar mais atento às crianças e suas explorações. Forre o piso (se estiver num espaço de uso coletivo ou sala) e ofereça papéis no chão, na mesinha ou na parede para que deixem marcas. Coloque o material ao alcance de todos e deixe as crianças de fraldas ou roupas que possam sujar. Planeje também como será a arrumação ao fim da atividade: onde serão colocadas as produções? Quem ajudará na limpeza e no atendimento às crianças? Quem documentará a atividade? Planeje como mostrar os primeiros resultados da atividade, incluindo as fotos, às famílias. Assim, todos poderão participar, mesmo que indiretamente. 
2ª etapa
Apresente os materiais aos bebês. É importante que eles diferenciem os momentos de trabalho daqueles de alimentação. Por isso, não os incentive a comer durante as atividades, mesmo que os materiais sejam comestíveis. Mostre o que poderão fazer com as tintas. Inicie utilizando apenas água e depois amplie para misturas e melecas, como massas de amido ou farinha com corantes ou gelatinas. Ao acrescentar uma cor forte, pergunte: "Estão vendo como a cor mudou?" Para os mais crescidos, é possível introduzir terra, areia, folhas e sementes. Se fizer uma tinta de gelatina, por exemplo, deixe que cheirem, toquem e brinquem. É importante que eles se familiarizem com os materiais de apoio antes de a atividade começar - uma bacia pode ser tão interessante quanto seu conteúdo. O foco da atividade, porém, deve ser exploração de texturas. 

3ª etapa
Convide o grupo a explorar as propriedades e possibilidades dos materiais. É possível organizar, por exemplo, uma atividade para explorar texturas de determinado material ou então uma para que os pequenos utilizem mais um tipo de instrumento, como o pincel, a brochinha e o rolinho de pintor. Nesse momento, diga: "Veja como com o rolinho você pinta uma área maior. Com o pincel, só dá para fazer um risco". Vale testar também as diferenças entre pintar com as mãos, que dá mais controle, ou com os pés, com pincéis e rolinhos, que tendem a ser mais difíceis de controlar.
Avaliação 
Observe atentamente durante todo o processo. Isso dará indícios de como propor as próximas atividades. Em alguns casos, vale fazer pautas de observação individual, pois cada criança pode apresentar formas muito distintas de aproximação dos materiais: algumas se lambuzam logo no primeiro dia e aos poucos vão se concentrando em explorações mais definidas. Outras demoram mais tempo para se soltar e há ainda as que insistem em pesquisas específicas de cores, misturas ou ocupação dos suportes etc. No dia seguinte ao trabalho, retome com o processo documentado, conversando com todos para ver se lembram quais os materiais e utensílios foram usados em cada atividade.

Ritmo de aprendizado

Objetivo 
Estimular a percepção dos sons e as habilidades musicais. 
Tempo estimado
30 minutos, uma ou duas vezes por semana. 
Materiais necessários
Instrumentos de percussão, sucatas que produzam som, guizos e CDs. 
Organização da sala 
Em roda.
Desenvolvimento 
Atividade 1 
Algumas cantigas e brincadeiras de roda convidam à marcação do pulso básico ou do tempo forte da música. 
Palma, palma, palma (bater palmas no tempo forte) 
Pé, pé, pé (bater o pé no chão) 
Roda, roda, roda (rodar no lugar) 
Caranguejo peixe é! (no é, agachar no chão) 
Outras propõem uma experiência rítmica. 
Rá, rá, rá, a minha machadinha, 
Rá, rá, a minha machadinha, 
Quem te pôs a mão sabendo que és minha? 
Quem te pôs a mão sabendo que és minha? (rodar de mãos dadas) 
Se tu és minha eu também sou tua, 
Se tu és minha eu também sou tua, 
Pula machadinha para o meio da rua 
Pula machadinha para o meio da rua 
(pular para o meio da roda) 
No meio da rua não hei de ficar 
No meio da rua não hei de ficar 
Pula machadinha para o teu lugar 
Pula machadinha para o teu lugar 
(pular de costas para seu lugar original na roda) 
Atividade 2 
O ritmo está presente também no falar, nos poemas e nas parlendas. 
Chuva, chuva, chuvisquinho 
Sua calça tem furinho 
Chuva, chuva, chuvarada 
Sua calça está furada 
Atividade 3 
A roda começa girando devagar e acelera até chegar ao dez 
A galinha do vizinho 
Bota ovo amarelinho 
Bota um, bota dois, bota três, bota 
quatro ... bota nove, bota dez! (todos se agacham) 
Atividade 4 
Estimule o acompanhamento de canções com palmas, brinquedos ou instrumentos musicais feitos com sucata ou objetos do cotidiano. Eles foram chamados pela pesquisadora argentina Judith Akoschky de ¿cotidiáfonos¿, pois são construídos com base no que se tem disponível. São dessa categoria peças como maçanetas ou torneiras (percutidas com ferrinhos, emitem um som metálico e bonito), guizos (amarrados com fita nos pulsos ou tornozelos, tocam quando movimentados) e radiografias (quando agitadas, produzem um barulho engraçado). 
Avaliação 
Não espere uma coordenação rítmica exata nas atividades. Esse ainda não é o objetivo nessa faixa etária. O mais importante é proporcionar a experiência de fazer música e compartilhá-la com os amigos em momentos de alegria e sensibilidade.

É dançando que a gente aprende

Introdução 
Não há dúvida que as crianças pequenas adoram se movimentar. Elas vivem e demonstram seus estados afetivos com o corpo inteiro: se estão alegres, pulam, correm e brincam ruidosamente. Se estão tímidas ou tristes, encolhem-se e sua expressão corporal é reveladora do que sentem. Henri Wallon nos lembra que a criança pequena utiliza seus gestos e movimentos para apoiar seu pensamento, como se este se projetasse em suas posturas. O movimento é uma linguagem, que comunica estados, sensações, idéias: o corpo fala. Assim, é importante que na Educação Infantil o professor possa organizar situações e atividades em que as crianças possam conhecer e valorizar as possibilidades expressivas do próprio corpo.
Objetivos 
- Conhecer e valorizar as possibilidades expressivas do próprio corpo 
- Comunicar, através do movimento, emoções e estados afetivos 
Conteúdos específicos
Expressividade / Dança 
Ano 
As atividades aqui propostas podem ser adaptadas para a pré-escola.
Tempo estimado 
20 a 30 minutos 
Material necessário 
Pedaços de tecido leve (quadrados de 50x50 cm) 
Aparelho de som 
Espaço 
Uma sala grande. Se não houver um espaço sem móveis, prepare a sala antes, afastando mesas e cadeiras, privilegiando o espaço central. A música é muito importante e a cada momento da atividade vamos apresentar uma sugestão. 
Desenvolvimento da atividade 
As crianças e você também - devem estar descalças e usando roupas confortáveis! 
1 Comece reunindo as crianças. A música pode ser alegre, como A Canoa Virou (Palavra Cantada, CD Cantigas de Roda). Sentados no chão numa grande roda, com as pernas estendidas, proponha que brinquem de massa de pés: todos devem chegar para a frente arrastando o bumbum até que os pés de todos se toquem. Os pés se agitam se acariciam, ora mais lentamente, ora mais rapidamente. Você pode enriquecer a brincadeira, sugerindo: 
- O meio da roda é uma piscina! 
- O meio da roda é uma grande gelatina! 
- O meio da roda é um tapete de grama! 
2 Peça que todos se deitem no chão. Coloque uma música no aparelho de som. É importante que seja uma música alegre, que estimule as crianças a se movimentar, porém sem excitá-las demais. Sugestão: Loro (Egberto Gismonti, CD Circense). 
Não se esqueça que, para as crianças pequenas, o entorno simbólico é muito importante para a atividade. Diga a eles que a sala vai se transformar numa grande floresta e todos serão habitantes dela... 
Todos os bichos estão dormindo. Aos poucos, vão acordar. 
Primeiro todos serão aranhas, que andarão com o apoio dos pés e das mãos no chão... 
Depois se transformarão em minhocas, arrastando-se pelo chão com a lateral do corpo... 
Logo serão cobras, arrastando-se pelo chão com o apoio da barriga... 
Tatus-bola, que com um movimento de abrir e fechar sua casca percorrerão a floresta... 
Leões, tigres, leopardos, de quatro patas pelo chão... 
Coelhos que andam pelo espaço com pulos pequenos e cangurus que percorrem a floresta com pulos grandes e largos... 
Passarinhos que batem suas asas bem pequeninas e águias que voam lá do alto com suas asas enormes e bem abertas... 
3 Distribua para as crianças os pedaços de tecido coloridos, um para cada um. É importante que eles sejam leves e que produzam movimento ao serem agitados pelas crianças. Deixe que elas explorem a sala manipulando os pedaços de tecido. Sugira que as crianças pintem a sala com os tecidos, como se fossem pincéis. A sala toda tem que ficar pintada o chão, as paredes, o teto. Diga às crianças que nenhum pedaço da sala pode ficar sem pintar. Sugestão de música: Peixinhos do Mar (Milton Nascimento, CD Sentinela). 
4 Sempre ao som de uma música (por exemplo Fome Come, da Palavra Cantada, CD Canções de Brincar), sugira uma brincadeira que as crianças adoram: peça que joguem os tecidos para cima e a os peguem, a cada vez, com uma parte diferente do corpo: 
- com a cabeça 
- com a barriga 
- com o braço 
- com o cotovelo 
- com os pés 
- com as costas 
- com o bumbum 
- com as palmas das mãos etc. 
5 Para terminar, um gostoso relaxamento. Sugestão de música: Palhaço (Egberto Gismonti, CD Circense). 
Organize as crianças em duplas e ofereça a elas uma bolinha de algodão ou mesmo um rolinho de pintura, como os usados nas atividades de Artes Visuais. 
Enquanto uma criança fica deitada, a outra deve acariciar seu rosto e partes do seu corpo com o algodão ou o rolinho. Isso deve ser feito com suavidade e cuidado, e possibilita uma interação muito especial das crianças, que, assim, cuidam umas das outras após uma atividade movimentada. 
Avaliação 
O recém-publicado documento Orientações Curriculares Expectativas de Aprendizagens e Orientações Didáticas para a Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo observa que a avaliação que mais deve interessar o professor não é aquela que compara diferentes crianças, mas a que compara uma criança com ela mesma, dentro de certo período de tempo. Assim, o professor tem na observação o melhor instrumento para avaliar a aprendizagem dos pequenos: eles participaram da atividade? Em qual momento se envolveram mais? O que foi mais desafiador para cada criança? E para o grupo? Essas e outras perguntas ajudam inclusive o professor a planejar as próximas atividades, mantendo ou modificando suas propostas dentro do campo de experiências do Movimento para as crianças.

Coleção de acalantos

Objetivos 
- Ampliar o repertório de canções de ninar que pais e professores cantam para as crianças.
- Aproximar os pais da escola, com troca de informações sobre o que os pequenos ouvem em casa na hora de dormir. 
Anos 
Creche. 
Tempo estimado 
Dois meses. 
Material necessário 
CD ou fita cassete, gravador portátil e aparelho de som. 
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Faça uma seleção prévia das cantigas de ninar que mais conhece para cantar para os bebês na creche (exemplos: Acalanto, Boi da Cara Preta, Nana Nenê, Sapo Cururu e Dorme Filhinho). Programe um momento só para cantá-las. É importante que eles não estejam envolvidos em outras atividades e se concentrem para ouvir e cantar junto. 
2ª etapa 
Na reunião de pais, fale sobre a proposta de trabalhar com canções de ninar. Explique que é importante conhecer o que as crianças ouvem na hora de dormir. A proposta é compartilhar esse repertório na creche. Com a participação das famílias, faça um registro escrito das músicas entoadas em casa. Pergunte para eles também o que mães, avós, tias e irmãs mais velhas cantavam na hora de dormir ou em momentos de aconchego. Convide todos para gravar as músicas de ninar para que a turma possa apreciá-las na creche. O gravador pode ir para a casa de cada um com um bilhete explicando o procedimento de gravação. As músicas também podem ser gravadas na própria creche, quando os pais forem buscar ou deixar os filhos. No início de cada gravação, cada parente deve dizer seu nome e o da criança para que você possa identificar rapidamente os trechos. 
3ª etapa 
Grave todas as canções cantadas na creche, no mesmo CD ou fita, para organizar a Coleção de Acalantos.Faça momentos de apreciação musical. Pergunte para os pequenos que já sabem falar se eles reconhecem a voz dos pais. Faça cópias do CD ou da fita e distribua para as famílias. 
Avaliação 
Observe como os pequenos reagem ao ouvir a voz dos pais. Ouça a diversidade de canções de ninar que conseguiu reunir e identifique se outras músicas, que não as de ninar, também são utilizadas pelos pais. Nas reuniões, pergunte se eles cantam mais para os filhos em casa, como se sentem fazendo isso e de que maneira os bebês interagem nesses momentos de aconchego.

Desafio corporal

Objetivos 
- Trabalhar em grupo e aprender regras de convivência, como esperar a vez, ganhar e perder. 
- Desenvolver habilidades corporais (pular, virar cambalhota etc.). 
Material necessário 
Colchonete, corda e obstáculos para as crianças pularem, como argolas e bambolês. 
Flexibilização 
Para garantir a participação de crianças cadeirantes nesta atividade, o educador terá que contar com alguém que possa empurrar a cadeira. O ideal é que os próprios colegas cumpram este papel. O professor pode organizar um rodízio para empurrar a cadeira em alguns trechos do percurso, como, por exemplo, a passagem por baixo das cordas. É claro que, neste momento, a corda deve ser levantada, mas não o suficiente para a criança não ter que fazer nenhum movimento. Se ela for capaz de abaixar a cabeça ou dobrar o tronco, estes movimentos devem ser propostos.
É importante ressaltar, porém, que a simples adaptação do espaço e do material nem sempre dá conta de garantir a participação destas crianças e, sendo assim, é fundamental que o professor planeje, com antecedência, desafios possíveis para eles, e dos quais todos possam participar. As cambalhotas, por exemplo, podem ser também substituídas por "manobras radicais", assim: a partir de um sinal sonoro, todas as crianças devem sair correndo e, ao ouvir outro tipo de sinal, devem mudar de direção rapidamente, ou parar bruscamente. Atividades como essa podem garantir muita diversão se a criança com deficiência física puder fazer uma dupla com algum de seus colegas, que empurrará a cadeira. O importante é garantir a participação de todos na maioria das situações. 
Desenvolvimento 
No pátio, monte um circuito com vários materiais: estique cordas e peça que os pequenos passem por baixo sem encostar nelas, coloque bambolês no chão e diga que pulem de um para outro e oriente para que façam cambalhotas sobre colchonetes. Apresente o que deve ser feito em todo o circuito e acompanhe as crianças em cada um dos desafios, evitando que tenham medo ou se machuquem. 
Avaliação 
Observe a diferença na participação de cada criança frente aos desafios corporais propostos para planejar as próximas atividades envolvendo maiores e menores dificuldades.

Primeiras acrobacias

Objetivo 
Fortalecer a musculatura.
Tempo estimado 
Livre.
 Desenvolvimento
Preparando a creche 
- O piso não deve ser escorregadio, e o ideal é que haja rampas com pouca inclinação para subir e descer engatinhando ou escadas de poucos degraus. 
- Espalhe colchonetes se alguma atividade envolver risco de queda. 
- Coloque equipamentos que dêem suporte às crianças, como almofadas para as que estão começando a sentar e pufes, caixas de papelão e uma barra para as que querem ficar em pé. 
Atividade 1 
Cada frase que o professor disser será repetida pelas crianças. 
"Vamos passear na floresta?" 
"Então, vamos!" (caminhar pelo espaço) 
"Xiii! Olha lá! Um rio!" 
"Vamos passar?" 
"Por cima não dá!" (esticar o corpo) 
"Por baixo não dá!" (abaixar o corpo) 
"Então vamos nadar?" (movimentar os braços) 
O jogo prossegue com variações nas propostas de movimentos: 
"Xiii! Olhá lá! Uma árvore! Vamos subir?" (movimentar braços e pernas, como se estivesse subindo) 
"Uma caverna! Vamos entrar?" (arrastar-se pelo chão ou andar agachado) 
Entrando na caverna, o professor diz: 
"Xiii! Está tudo escuro!" (fechar os olhos e tocar nos colegas) 
"Xiii! Uma cauda comprida... um pêlo macio... um focinho gelado... É uma onça! Vamos correr?" (correr, fazendo o caminho inverso) 
"Xii! Uma caverna! Vamos sair? Xii! Uma árvore! Vamos subir? Xii! Um rio! Vamos nadar? Xii! Uma casa! Vamos entrar? Xii! Uma porta! Vamos fechar?" (deitar no chão) 
Para concluir: 
"Ufa! A onça não pegou ninguém! Ainda bem!" (descansar) 
Atividade 2 
Os desafios corporais podem variar conforme a proposta. Por exemplo, passear no fundo do mar: nesse caso, os movimentos de braços e pernas são feitos com todos deitados no chão. Outras opções são entrar em cavernas, passar por muitas algas, afundar num abismo profundo e fugir de um tubarão. 
Atividade 3 
Uma outra opção é fazer de conta que está voando: as crianças podem fazer a seqüência de pé, para se locomoverem no espaço. Sugira que elas sejam pássaros, que voem sobre a montanha, pousem numa rocha, mergulhem num abismo e fujam de um gavião. 
Avaliação 
O importante aqui não é saber quem consegue ou não fazer o que foi proposto ou comparar a agilidade de um e outro. Avalie se o tempo de duração foi adequado, se os pequenos se envolveram e seguiram suas sugestões. Verifique se alguma coisa deverá ser modificada numa próxima vez.
 Brincar é explorar
Objetivos 
- Organizar um ambiente interno com diversas opções de jogos de exercício. 
- Favorecer o movimento da criança e a exploração de materiais.
Tempo estimado 
Durante o ano todo. 
Material necessário 
Jogos de exercício variados, brinquedos de encaixar, instrumentos musicais, rolos ou blocos de espuma, bolas, material reciclável etc. 
Desenvolvimento 
1ª etapa
Ao conceber um espaço para receber jogos de exercício, dedique algum tempo para analisar a quantidade e a qualidade dos brinquedos disponíveis. Sobre a quantidade, é importante verificar se há material suficiente para todos. Nessa faixa etária, deve haver um bom número do mesmo tipo para que os pequenos possam explorar sozinhos ou compartilhar com os colegas - nesse último caso, em atividades que não exijam tempo de espera, adaptadas ao comportamento dessa faixa etária. Sobre a qualidade, os objetos devem ser feitos de materiais seguros, com tamanhos maiores que o da boca dos bebês aberta e com diferentes cores e texturas. 
2ª etapa
Organize os brinquedos em cantos diferenciados, de acordo com a habilidade que cada um deles possibilita desenvolver. Por exemplo, colchões, almofadas e rolos num lado da sala, opções de jogos para encaixar e empilhar em outro e instrumentos em uma prateleira ao alcance da turma. Com o tempo, as crianças podem ajudar na reformulação dos ambientes. Para entender a mensagem delas, atenção ao modo como se comportam os pequenos. Se reparar que há um canto aonde ninguém vai - ou que deixou de ser popular depois de algumas semanas de diversão -, vale a pena reorganizar os materiais e acrescentar novos elementos. 
3ª etapa 
Quando começar o momento da brincadeira, investigue de que forma os materiais disponíveis são usados. Com base nas descobertas, devem surgir outras possibilidades de exploração. Aqueles que começam a reagir aos brinquedos com sons, por exemplo, vão adorar experimentar diferentes instrumentos. Já os que conseguem empilhar peças podem brincar com cubos de diversos tamanhos e, assim, testar cada vez mais os limites de equilíbrio de uma torre. 
4ª etapa 
Atenção à questão do tempo: os pequenos costumam demorar mais para se envolver com um brinquedo. Eles chegam perto, mexem um pouco, largam e voltam. A noção de permanência vem com a experiência. Por isso, é importante não mudar os jogos com muita freqüência. Ao longo do ano, as crianças irão buscá-los diversas vezes e, aos poucos, tentarão realizar novas experiências com cada um deles. Nesse aspecto, a parceria do professor é muito importante. Mas não se deve impor regras ou rotular ações como certas ou erradas. Ao contrário: a mediação precisa estimular a curiosidade e a criatividade. Coloque questões como "Você gostou de batucar esse tambor?", "Por que encaixou esta peça aqui?" e "Quer pegar o aviãozinho?". Esse tipo de estímulo serve até mesmo para quem ainda não desenvolveu plenamente a fala. 
Avaliação 
Observe os movimentos exploratórios da turma para encaminhar a atividade. Esse diagnóstico pode servir de base para a reorganização do ambiente - verifique, principalmente, se o conjunto de atividades favorece a mobilidade e a exploração - e para propor desafios individuais. É possível, por exemplo, estimular a experimentação perguntando: "O objeto com que você está brincando produz sons ao ser chacoalhado? Encaixa em outro maior? Abre uma portinha?" Faça anotações sobre o comportamento dos pequenos e, se possível, filme ou fotografe as interações com os jogos e com os amigos.

 Ampliando o brincar

Objetivos 
- Enriquecer o faz-de-conta com diversos tipos de brinquedos. 
- Desenvolver a brincadeira. 
- Promover a interação entre os colegas.
Tempo estimado 
Livre.
Material necessário 
Objetos do dia-a-dia e brinquedos industrializados, artesanais ou feitos de sucata. 
Desenvolvimento 
1ª etapa
Organize os brinquedos na sala da maneira que achar mais conveniente - uma sugestão é integrar os objetos do dia-a-dia (vassouras, pneus, pedaços de tecido etc.) a todos os modelos de brinquedos disponíveis. Apresente o ambiente aos pequenos, fazendo-os perceber que existem outros tipos de brinquedos além dos industrializados. Se houver produtos artesanais, conte à turma como foram feitos. Se possível, leve itens da própria coleção de infância (bonecas, piões, carrinhos), explicando como você brincava quando criança. 
2ª etapa 
Deixe todos agirem livremente, reorganizando o ambiente ou imaginando outros usos para os móveis que você concebeu. Aproveite para investigar que tipo de brincadeira eles inventam. Evite a abordagem direta: prefira a observação, que servirá de base para ampliar o faz-de-conta. 
Avaliação 
Preste atenção à interação e à socialização entre as crianças e às formas como imitam, reproduzem e recriam as normas e os costumes que observam no meio em que vivem. Use essas observações para criar objetos diferentes.

Jogo da memória com fotos das crianças

Objetivos 
-Divertir-se com o jogo da memória
- Compartilhar de um mesmo jogo com o grupo de colegas 
- Conhecer as regras do jogo da memória 
Tempo estimado 
Mínimo de quinze minutos e máximo de 30 minutos para cada situação de aprendizagem 
Material necessário 
Pares de cartões com fotos das crianças da turma, tamanho mínimo de 10X10 
Cartolina ou papel mais resistente 
Plástico adesivado para encapar
Desenvolvimento das atividades 
1. Tirar fotos das crianças e imprimir cada uma duas vezes para confeccionar os cartões 
Informar às crianças que as fotos estão sendo tiradas para confecção do jogo da memória. Recortar as fotos e colar na cartolina mostrando para as crianças conforme forem ficando prontas. 
2. Apresentar o jogo
Em roda mostrar o jogo e organizar as peças para que as crianças vejam como se joga. Inicialmente propor o jogo da memória aberto (com as imagens voltadas para cima) e propor para que determinadas crianças encontrem os pares. 
Deixar que as crianças manuseiem os cartões, sem pressa de que se apropriem das regras convencionais. 
3. Organizar mesas com no máximo cinco crianças para que possam jogar o jogo em diferentes momentos
Levar outros jogos que as crianças já conheçam (ex. quebra cabeça, jogos de montar, quebra-gelo) e organizar grupos de crianças para jogá-los. 
Caso haja mais de uma educadora na turma, uma pode dar apoio aos grupos que estiverem jogando os jogos já conhecidos, enquanto a outra fica na mesa do jogo da memória. Caso não haja outra educadora, organizar primeiro os grupos que jogarão os jogos já conhecidos. 
Deixar que as crianças joguem sem fazer intervenções sistemáticas nas jogadas de cada uma. A educadora pode ser uma das participantes do jogo e servir como modelo para as crianças. Promover o rodízio das crianças para que a maioria jogue todos os jogos.
4. Garantir momentos na rotina semanal para que as crianças joguem o jogo da memória 
Durante o período de recepção das crianças, no término do dia enquanto aguardam a chegada dos pais são boas opções para o contato com o jogo da memória 
5. Criar novos jogos e variações do jogo da memória 
Após o jogo tornar-se bastante conhecido, pode-se pesquisar variações do jogo da memória, tais como lince (um tabuleiro grande com imagens pequenas que as crianças devem procurar a partir de cartões com imagens duplicadas) . 
Avaliação 
Devem-se criar pautas de observação para analisar as diferentes maneiras como as crianças jogam e o grau de envolvimento de cada uma delas. A partir da análise das pautas o educador pode fazer os ajustes com relação ao grau de dificuldade do jogo, com isso propor novos desafios e variações.

Vamos brincar?

Introdução 
Nesta sequência didática, as crianças participarão de uma série de brincadeiras e jogos de regras simples. Os jogos e brincadeiras serão apresentados de diversas maneiras e as crianças serão convidadas a explicar suas regras aos colegas, tendo como apoio fotos e desenhos das brincadeiras.
Objetivos
Esta seqüência didática tem como objetivo a ampliação do repertório de brincadeiras do grupo e a possibilidade de criar diferentes situações de aprendizagem nas quais as crianças possam se divertir, brincar, falar, representar e reapresentar as diferentes brincadeiras. 
- Compartilhar informações sobre as brincadeiras 
- Participar de situações significativas nas quais as crianças possam agir e falar sobre um tema comum de maneira mais estruturada 
- Conhecer as regras de algumas brincadeiras 
Tempo estimado 
Aproximadamente 4 meses 
Material necessário 
Para as brincadeiras: bolas, bambolês, cordas, pedaços de madeira, sucatas, tecidos... 
Para o registro: máquina fotográfica, papéis e canetinhas 
Desenvolvimento das atividades 
1. Elencar as brincadeiras que serão apresentadas e registradas 
Fazer um levantamento das possíveis brincadeiras a serem apresentadas ao grupo. Garantindo tanto o contato com os jogos e brincadeiras que já fazem parte do repertório do grupo, como a apresentação de novas propostas. 
Exemplo de brincadeiras: Chuva de bolinha, corre-cotia, elefantinho colorido... 
2. Definir quantas vezes na semana o projeto será trabalhado 
Definir quais momentos da rotina da seqüência didática serão trabalhados, distinguindo momentos de conversa, momentos de brincadeiras, momentos de registro. Isto é, pode-se primeiro propor a brincadeira e depois (até mesmo num outro dia) organizar uma roda de conversa sobre a brincadeira realizada. Podem-se apresentar imagens (filmes e gravações) de outras turmas brincando e depois propor para as crianças brincarem. 
3. Atividade disparadora - apresentação da seqüência didática às crianças 
É importante para este primeiro contato planejar a maneira como a seqüência didática será comunicada. Uma roda de conversa com perguntas e respostas pode ser insuficiente. É importante usar diferentes recursos para chamar a atenção das crianças, como por exemplo, levar imagens de jogos e brincadeiras, crianças jogando e materiais (bolas, cordas...) e formular perguntas como num jogo de adivinha para que as crianças falem sobre os jogos que já conhecem. 
Como as crianças ainda são muito pequenas, deve-se evitar muita "falação", por isso devem-se planejar adivinhas e o uso de imagens para garantir uma melhor participação e envolvimento por parte delas. 
4. Instituir rituais para as atividades que envolvem a seqüência didática 
Criar rituais que dêem indícios às crianças sobre o assunto que irão tratar nas atividades de modo que se vinculem ao tema da seqüência. Ex. confeccionar uma caixa com imagens de jogos e brincadeiras e levá-la para todas as situações relacionadas à seqüência; propor um "grito de guerra" que anteceda os jogos, entre outras possibilidades 
5. Definir como será feito o registro da seqüência e a confecção do livro de regras 
Propor para as crianças a elaboração de um livro com as regras dos jogos e brincadeiras compartilhados pelo grupo. Definir como o livro será elaborado e como será a participação das crianças em sua elaboração, levando em consideração que algumas crianças são muito pequenas para explicar de forma clara as regras das brincadeiras. Garantir o registro gráfico das crianças, mesmo sabendo que os traçados das crianças desta faixa etária são rudimentares. 
6. Oferecer aos pais a oportunidade de ensinarem uma brincadeira à turma 
Apresentar o tema da seqüência didática aos pais e deixar em aberto a possibilidade de participação caso queiram ensinar uma brincadeira. 
7. Realizar muitas vezes cada um dos jogos e brincadeiras trabalhados 
Considerando que um dos objetivos deste projeto é a ampliação do repertório de jogos e brincadeiras, deve-se planejar o contato sistemático das crianças com cada uma das propostas apresentadas, para que progressivamente possam se apropriar de suas regras. 
8. Espaços e materiais 
Definir previamente os espaços onde as atividades ocorrerão e organizar os materiais que serão utilizados. Caso seja interessante deve-se incluir a participação das crianças no preparo dos espaços e organização dos materiais. 
Avaliação 
Devem-se criar pautas de observação para as situações de conversas, para as brincadeiras e para os momentos de registro do projeto. A Avaliação deve ocorrer ao longo de toda a seqüência didática, levando em consideração tanto a participação das crianças, como a adequação das propostas levadas a elas.

Ateliê de arte

Objetivos 
- Desenvolver a autonomia. 
- Promover o percurso criador em atividades de pintura, desenho, colagem, modelagem. 
Material necessário 
Argila, cola, giz de cera, papéis, potes de tinta, caixas de tamanhos variados, sucatas miúdas para acabamento (botões, barbantes, purpurina etc.). 
Flexibilização 
Os alunos com deficiência motora de qualquer ordem devem ter garantido o acesso aos materiais e ser estimulados a produzir da melhor forma que conseguirem. A ajuda necessária, sempre que possível, deve partir dos colegas, seja para alcançar o pote de tinta, manusear materiais pequenos, ou movimentar pincel e lápis em suas produções. Mais importante que tudo isso, é garantir que todos se sintam autores das próprias obras, o que nem sempre acontece quando a ajuda é muita. Portanto, é fundamental que tanto o professor, quanto as crianças deixem que o aluno com deficiência física faça suas escolhas e, pouco a pouco, aprenda a pedir ajuda apenas para o necessário. 
Desenvolvimento 
Prepare dois ambientes com a seguinte organização: em um deles, disponha sobre uma mesa argila, papéis de tamanhos e espessuras variados. Apresente os materiais para as crianças e deixe que criem desenhos e esculturas, decidindo com o que querem trabalhar e de que maneira vão realizar suas produções. Fique próximo das crianças, orientando quando elas não conseguem utilizar algum dos materiais ou se ameaçam colocar algo na boca, por exemplo. Em outra mesa, disponibilize materiais de acabamento para o trabalho feito no momento anterior. Explique a função dessa etapa: com a colagem de pequenos objetos, como barbante ou purpurina, e pintura de detalhes com cores variadas, podem pensar na finalização das peças. 
Avaliação 
Veja se as crianças ficam um tempo maior entretidas na atividade, planejam o que querem criar e escolhem quais materiais utilizar para conseguir o resultado desejado. Esteja atento às necessidades de todos - se estão satisfeitos com o que estão fazendo ou se precisam de auxílio.

Colagem com elementos da natureza

Introdução 
O olhar investigativo da criança é valorizado nesta proposta que parte da coleta de elementos da natureza que constituirão a colagem. 
Objetivos 
- Observar os elementos da natureza 
- Explorar os elementos da natureza constituindo uma colagem 
- Fazer colagem 
Conteúdos 
Colagem 
Pesquisa de materiais 
Tempo estimado 
Cinco atividades de vinte minutos cada. 
Material necessário 
1 tubo de cola branca de 500 gr 
Bandeja de isopor ou plástico 
Rolinho de espuma 
Pincel 
Elementos da natureza: folhas, grãos, sementes, casca de árvore, flores, areia, terra... 
Colher 
Papelão 
Desenvolvimento das atividades 
1ª. atividade 
Em roda, contar para as crianças que farão um trabalho de colagem, mas que antes terão que coletar o material no parque e na cozinha. Contar quais são os materiais, mostrar algumas folhas, observando a forma, cor, textura, falar, também, do pó de café. Ir com as crianças até a cozinha para pedir a cozinheira que separe borra de café. Andar com as crianças pelo parque colhendo folhas, grãos, sementes, flores, casca de árvore, areia, terra...guardar em baldes. 
2ª. atividade 
Em roda, espalhar o que coletaram sobre uma toalha plástica e organizar os materiais nas bandejas com as crianças. 
3ª. atividade 
Em roda, lembrar as crianças para pedirem a borra de café para a cozinheira, combinar o que terão que falar; ir com elas até a cozinha e ajudá-las a pedir a borra de café. 
Em roda, propor que as crianças manuseiem a borra de café; conversar sobre a questão da umidade e contar que precisam deixá-la seca. Perguntar como poderão fazer para secar. Ouvir as sugestões e acatar o que for possível. 
Se não houver sugestões cabíveis, proponha que espalhem a borra de café em bandejas e deixe-as secar ao sol, para tanto, forre o chão com toalha plástica ou jornal, separe a borra de café em potes e distribua colheres e bandejas para que as crianças possam espalhar a borra do café nas bandejas. 
4ª. atividade 
Em roda, combinar com as crianças que farão a colagem dos materiais coletados. Mostrar a elas que primeiro terão que passar cola com rolinho de espuma e depois colarão os materiais. Propor uma colagem coletiva, em que cada criança faça uma parte. O professor não deve fazer, para que assim o produto seja das crianças e para que este não seja um modelo a ser seguido. 
Forrar o chão com jornal e colocar em fila os materiais, as crianças sentarão de um lado e do outro das bandejas e entremeando algumas das bandejas coloque uma com cola, juntamente com os rolinhos e os pincéis. 
Distribua um papelão para cada criança. Acompanhe o trabalho das crianças, observando se estão passando cola antes de colocar os materiais, se há pouca cola ou se estão pondo muitos elementos sobrepostos sem por mais cola. As folhas e flores secas podem ser trituradas com as mãos. Valorize a exploração dos materiais, as soluções encontradas individualmente. Haverá produtos que se parecem mais com pintura, por exemplo, os que tenham mais exploração do pó de café e de terra. Deixe secar. 
5ª. atividade 
Expor as colagens em lugar acessível às crianças e aos pais, converse com os pequenos, apreciando o resultado, valorizando a combinação de cor, de elementos, de exploração dos materiais. Dê um título à exposição e coloque o nome de cada criança junto ao seu produto. Se possível conte aos pais como foi realizado o trabalho, pode haver, também, um pequeno texto contando o processo. 
Avaliação 
A avaliação é processual, o professor acompanha a participação das crianças, incentivando-as individualmente. O momento da apreciação da exposição traz indícios da exploração e contribui para a apuração do olhar de todos os envolvidos.

Exploração de texturas com argila

Introdução 
Assim como a arte e os artistas, as crianças pequenas observam e atuam no mundo com curiosidade, sem os padrões pré-determinados. É fundamental que nas propostas de Arte valorizemos essa atitude investigativa da criança para que descubra o mundo e recrie a sua maneira. 
Objetivos 
- Explorar as possibilidades de uso da argila 
- Explorar a impressão de textura 
- Observar as texturas de objetos, espaços, materiais 
Conteúdos 
Exploração de textura 
Tempo estimado 
20 minutos 
Material necessário 
Aproximadamente 100 gramas de argila 
Materiais com textura: chinelo, tênis, pente, tampas, pneu de carrinhos de brinquedos, casca de árvore, tubos plásticos, pedaços de conduit. 
Desenvolvimento da atividade 
Em roda, sentar sobre uma toalha plástica e distribuir uma bola de argila para cada criança, do tamanho aproximado da mão dela. Propor que brinquem fazendo furos, bolinhas, cobras, amassem... 
Mostrar a elas que se apertarem sobre uma superfície crespa, formará textura. Disponibilizar vários materiais, como chinelo, tênis, pente, tampas, pneu de carrinhos de brinquedos, casca de árvore, tubos plásticos, pedaços de conduit... 
Observar com as crianças as texturas (marcas) da argila e dos objetos. Incentivar a exploração, a observação e a troca entre elas. Conversar com elas sobre as descobertas, enquanto investigam. Ao finalizar, propor que façam um furo com o dedo para que depois de seco possa ser pendurado. 
Avaliação 
Observe a exploração das crianças, quais as curiosidades que têm em relação à argila e a impressão de textura. Valorize a observação, incentive-as a buscar outras fontes de textura e a explorar as sensações táteis emanadas das superfícies - rugosidade, volume, aspereza...

Desenho na sombra

Objetivos 
- Desenvolver a observação 
- Observar as formas das sombras 
- Marcar as sombras com desenho 
Conteúdos 
- Desenho 
- Sombra 
Tempo estimado 
20 minutos 
Material necessário 
Giz de lousa branco, um para cada criança 

Desenvolvimento da atividade 
Buscar um espaço cimentado em que há uma sombra bem visível e sentar em volta. Brincar de colocar partes do corpo na sombra e depois tirar. Criar outras sombras com a mão, com a cabeça... Combinar com as crianças de fazer marcas no interior das sombras. Propiciar que uma criança faça sombra com o corpo e as outras desenhem no interior desta sombra. Deixar que elas explorem o desenho e criem suas marcas sem necessidade de contornar as sombras. Não apagar os desenhos e voltar para eles depois que a sombra mudou de lugar, portanto é necessário ter uma sombra de um elemento fixo. Questionar: o que será que aconteceu? Deixar que criem suas explicações orais e corporais. Pode haver crianças que não queiram desenhar no interior das sombras, mas onde tem luz, observe então o que ela pesquisa e intervenha sem rigidez, pois o objetivo é para aguçar a observação e trabalhar com sombra/luz e desenho. 
Avaliação 
Observe a exploração das crianças, quais as curiosidades que têm em relação à sombra. Valorize a observação, incentivando-as a buscar outras sombras, assim como a criá-las. 
Ao desenharem no interior da sombra, comente a pesquisa das crianças, socializando as descobertas enquanto trabalham. Registre a pesquisa das crianças, o que falaram, como agiram, desenharam, para que possa utilizar como ponto de partida para uma próxima exploração com sombra e desenho.

Crianças fazem uma horta

Objetivos
Criar uma horta e cuidar dela. 
Observar o desenvolvimento de um ser vivo.
Valorizar o meio ambiente.
Ano
Creche. 
Tempo estimado 
Depende do que será plantado. 
Material necessário 
Terra, cascas de frutas e legumes, mudas ou sementes, regador, pá de jardim, imagens do que será plantado, plástico transparente, fita adesiva e palitos de churrasco. 
Desenvolvimento
Antes de começar, verifique a melhor época para plantar a espécie escolhida. Além das verduras, raízes (como cenoura) despertam curiosidade nos pequenos: eles ficam ansiosos para retirá-las da terra. 
1ª ETAPA 
Pergunte quem conhece uma horta. Para que serve? Conte que os vegetais são seres vivos. Por isso, precisam de cuidados, como sol e água.
2ª ETAPA 
Que ingredientes são usados em uma salada? Registre as respostas - delas podem surgir boas idéias para receitas. Leve as crianças ao refeitório e mostre alguns vegetais. Alerte para a importância de lavar bem as mãos antes de tocar na comida. 
3ª ETAPA 
Aqui a horta começa realmente. Faça uma placa com o nome da criança, a data e uma foto da planta de que ela vai cuidar. Proteja o papel com plástico para não molhá-lo quando a horta for regada. Depois cole as fichas em palitos de churrasco e entregue-as à turma. Num canto ensolarado, proponha às crianças que revolvam a terra com pazinhas. Cada uma deve fazer um pequeno buraco, transplantar sua muda ou semente, apertar a terra em volta e molhá-la. Fotografe para que todos comparem essa etapa com as outras. 
4ª ETAPA 
A horta precisa de cuidados diários: água (fora dos horários de sol a pino) e observação para detectar pragas. O que acontece se as plantas não receberem água ou luz suficiente? Use duas plantas extras: uma ficará sem ser regada. A outra, coberta por uma caixa. Estimule as crianças a entender por que vão murchar. 
5ª ETAPA 
Separe as fotos com o passo-a-passo da horta e peça que as crianças coloquem em ordem, avaliando o crescimento das plantas. 
6ª ETAPA 
Hora da colheita. Na cozinha, as crianças podem lavar as plantas. 
Produto final 
Horta. 
Avaliação 
Compare observações, dúvidas e comentários ao longo do processo. Observe como cada criança se relacionou com sua planta. 

Transformando espaços com luzes e sombras Atividade Permanente

Introdução 
Uma das características mais fascinantes do Teatro é a possibilidade de criar, com o auxílio de alguns elementos, espaços, atmosferas, mundos diferentes. Assim é que o palco de um teatro ou mesmo um espaço como uma sala pode se transformar num castelo medieval, numa selva misteriosa ou numa paisagem do futuro. Desde cedo as crianças são sensíveis a essas transformações. Criar e recriar, inventar e brincar de estar em outro lugar ou de ser um personagem são características comuns à brincadeira infantil e à arte teatral. E é no aspecto da transformação que se baseia esta atividade permanente. 
Objetivos 
Participar e assistir a um teatro feito com sombras
Conteúdos 
- Transformação de espaços 
- Teatro de Sombras 
- Pesquisa de luzes e sombras 
Tempo estimado 
30 minutos 
Material necessário 
- Barbante 
- Lençóis brancos velhos 
- Lanternas de vários tipos 
- Bacias 
- Água 
- Escorredor de pratos, ralador, escorredor de macarrão e outros objetos "vazados" 
- Sucatas diversas, como caixa de ovos, garrafas pet e outros materiais transparentes 
- Papel cartão preto 
- Papel celofane 
- Tesoura 
- Cola 
Desenvolvimento da atividade 
1 Prepare a sala: para o teatro de sombras você vai precisar afastar os móveis da sala e estender, com o auxílio de barbantes, um ou mais lençóis brancos de um ponto a outro do espaço, como uma tela esticada. Apague então a luz e acenda uma ou várias lanternas. Essa simples intervenção já é deliciosa e provocativa para as crianças. Algumas podem assustar-se ou chorar; é importante que o professor perceba e respeite a emoção dos pequenos. 
Nesse momento, é o professor quem "atua" no teatro, aproximando e afastando o foco das lanternas do lençol. Faça sons, cante ou convide as crianças a ajudar na "sonoplastia". Esse primeiro momento é de aproximação e exploração! 
2  O teatro de sombras tradicional utiliza figuras recortadas minuciosamente em papel cartão preto, representando personagens. Você pode fazer o mesmo e ter uma coleção de figuras mais estruturadas para contar histórias conhecidas para as crianças. Mas, nesta atividade, o mais importante é criar formas inusitadas, pesquisar o efeito da luz e da sombra, modificar o espaço e brincar com novas possibilidades de produzir sombras com as crianças. 
Por exemplo: objetos vazados, como um escorredor de pratos, um ralador de queijo ou uma caixa de ovos furada produzem formas misteriosas ou sugestivas à luz da lanterna. Se a fonte de luz está fixa num único lugar, afastar e aproximar os objetos gera efeitos incríveis, principalmente se eles estiverem embrulhados em papel celofane. O mesmo acontece com objetos transparentes, como uma garrafa pet cheia de água colorida com anilina, ou mesmo uma bacia de água, que, quando iluminada, produz uma sombra cheia de movimento, que se modifica quando mexemos na água. 
 Repita a atividade num outro dia. Organize o espaço com a ajuda das crianças. Uma boa idéia também é que cada uma tenha a sua própria pequena lanterna para suas pesquisas. 
4  No momento de Artes Visuais, convide as crianças a desenhar diferentes formas em papel cartão preto. Oriente-as com relação ao tamanho, para que não fiquem muito pequenas. Importante: não é preciso, necessariamente, que as crianças desenhem figuras humanas ou bem-acabadas. Formas abstratas também produzem lindas sombras! Se as crianças ainda não puderem recortar, faça isso para elas e "vaze" as figuras, fazendo recortes dentro delas. Peça às crianças que preencham os espaços vazados, colando pedaços de papel celofane. Pronto! Agora vocês podem explorar as figuras criadas à luz da lanterna, e até mesmo criar uma história com elas. 
5  A proposta do teatro de sombras pode ser repetida muitas vezes. Alterne a possibilidade das crianças serem platéia (quando você ou um grupo de crianças está "por trás do lençol") ou serem atores (quando a "apresentação" é responsabilidade das crianças, individualmente ou em pequenos grupos). É como diz o documento Orientações Curriculares - Expectativas de Aprendizagens e Orientações Didáticas para a Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo: 
"A percepção entre o faz-de-conta e o teatro não acontece naturalmente. É o professor quem nomeia o faz-de-conta organizado como teatro e contextualiza as experiências das crianças como teatrais, organizando-as intencionalmente e incentivando-as a fazer e/ou assistir." p.126 
Avaliação 
Nesta atividade, fica muito evidente o quanto o professor medeia a aprendizagem dos pequenos. Porém, isso não significa que ele esteja fazendo tudo por eles. Por serem tão pequenas, as crianças vivem a experiência do teatro como integrada a todas as outras, como a brincadeira, a expressão plástica, o movimento. Mesmo assim, o professor pode observar se e o quanto as crianças participaram das atividades, se se interessaram pela pesquisa das sombras ou pelas descobertas dos colegas. O parâmetro de avaliação é perceber se as crianças envolveram-se de verdade nessa experiência conjunta e puderam criar algo que lhes agradou e que fez sentido para elas, ao contrário da tradição de representar pecinhas decoradas e cheias de texto, de cuja autoria não participam.
 Planejar a área externa
Objetivos 
- Organizar um ambiente externo com diversas opções de atividades. 
- Estimular o movimento e a exploração de materiais. 
Tempo estimado 
Durante o ano todo, especialmente no verão. 
Material necessário 
Brinquedos diversos e em quantidade suficiente para toda a turma, baldes, vasos, colchonetes, livros, lupas, binóculos, caleidoscópios e móbiles. 
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Observe como o espaço externo da creche é utilizado. Quanto tempo cada professor passa fora da sala? Que tipo de atividade propõe? Há planejamento, diversificação e contato constante - o que é desejável - ou, ao contrário, trata-se apenas de um momento "tapa-buraco" na rotina semanal? Em cada turma, verifique se as crianças interagem entre si e exploram o ambiente ou se ficam restritas a uma pequena área.
2ª etapa 
Para que o espaço externo seja desafiador, assegure a diversidade de propostas. O ideal é contemplar o pátio com ambientes com areia, água e, principalmente, alguma área verde, mesmo que seja em vasos e floreiras. Em todos eles, é importante garantir a segurança. Medidas simples, como colocar colchonetes no chão para amortecer quedas em balanços ou escorregadores, ajudam a prevenir acidentes. Também é importante que haja pelo menos um adulto para cada sete crianças.
3ª etapa 
Hora de pensar no tempo despendido fora da sala. Assegure que as atividades ao ar livre tenham um espaço cativo na agenda semanal - a familiaridade com o ambiente externo é essencial para que os pequenos possam fazer suas próprias descobertas.
4ª etapa 
De tempos em tempos, surpreenda a turma com novidades criativas. Experimente, por exemplo, colocar objetos como lupas, binóculos, caleidoscópios e móbiles em lugares 
estratégicos, como galhos de árvores e cantos vazios. Outra forma de valorizar a área 
externa é variar as atividades em cada ambiente. É possível, por exemplo, usar o jardim para ler histórias, adaptando o ambiente de acordo com o enredo. 
Avaliação 
Para analisar quais atividades e ambientes funcionam e, ao mesmo tempo, verificar o envolvimento das crianças nas diferentes propostas, elabore fichas de observação para cada uma. Ela pode conter os seguintes itens: 
- Nome da criança 
- Envolve-se em quais propostas? 
- Qual espaço prefere? 
- Com quem gosta de brincar? 
- Mantém-se atenta às rodas organizadas na área externa? 
- Percorre o espaço externo de maneiras diferentes? 
- De que forma explora os desafios colocados na área? 

Com base nesse diagnóstico, reorganize o ambiente e estimule cada criança, individualmente, a descobrir atividades e oportunidades ainda inexploradas.

 Construção de uma biblioteca com e para crianças menores de 3 anos

Introdução
Tão importante quanto garantir que as crianças tenham acesso a bons livros desde bem pequenas, é organizar ambientes convidativos, aconchegantes e singulares para que elas possam usufruir das histórias em situações prazerosas de interação com os colegas, professores e famílias. A iniciativa de construir uma biblioteca na sala para e com as crianças, constitui-se uma excelente oportunidade para fomentar o contato das crianças com os livros, criar lugares mágicos, cheios de identidade, e realizar rodas de leituras. 
Anos 
2 e 3 anos
Duração 
Um semestre ou ao longo do ano todo
Objetivos 
- Construir, coletivamente, uma biblioteca como lugar capaz de abrigar não somente livros, mas de suscitar rituais agradáveis de leitura; 
- Apresentar o acervo de livros, promovendo o gosto pelas histórias e ampliando repertórios; 
- Estreitar a relação creche-família por meio do empréstimo de livros.
Desenvolvimento 
1ª etapa
O primeiro passo é o professor discutir com seus parceiros - outros professores e equipe gestora - sobre os livros que pretende escolher para compor o acervo de sua futura biblioteca de sala. Essa escolha implica que o educador seja, acima de tudo, um leitor, que tenha interesse em se aventurar no mundo das histórias para conhecê-las, antes de lê-las para seu grupo de crianças. Selecionar temas como: animais, objetos sonoros, família, transportes, personagens de diferentes etnias, histórias cumulativas com várias figuras do universo do faz de conta (bruxas, piratas, lobos).
Outra dica é escolher livros coloridos, com ilustrações bem definidas, textos curtos e alguns com fotografias reais das coisas. É importante garantir um equilíbrio entre a quantidade de livros de capa dura com livros de material convencional, pois é comum que algumas páginas se danifiquem, rasguem ou que sejam levadas à boca, em razão do grande interesse e da necessidade da meninada em manipular as publicações.
Não se esqueça de incluir no acervo livros que contenham apenas imagens, pois eles favorecem a criação de histórias próprias das crianças. 
2ª etapa
Deve-se organizar um lugar onde os livros ficarão expostos e acessíveis às crianças. De preferência, escolha um canto em que haja o encontro das paredes ou então aproveite a parte traseira de móveis e armários. Depois, é possível confeccionar suportes de tecido com vários bolsos, trilhos de cortina virados ao contrário para serem fixados à parede, baús de madeira pintados pelas crianças ou até mesmo aqueles caixotes de feira, que se ganharem rodinhas e cor ficam melhores ainda, uma vez que poderão ser transportados de um lugar para o outro. 
3ª etapa
Uma prática que dá bastante resultado é construir um tapete com as crianças. O objetivo principal aqui é fazer com que o tapete tenha "a identidade" delas, uma vez que servirá como um indicador dos momentos de leitura, iniciando assim um ritual próprio da turma.
Separe um tecido de algodão cru de mais ou menos 2 por 2 metros. Veja a possibilidade de alguma família ou profissional da creche costurar as bordas do tecido para que o tapete não desfie conforme o uso. Convidar alguém da comunidade interna ou externa faz com que o trabalho comece a ser partilhado entre todos, dando noções para as crianças de que é importante realizar as ações de maneira coletiva. Acredite, sempre terá alguém disponível para ajudar!
De posse do tapete, organize com as crianças situações de pintura. Nessa hora vale experimentar muitas técnicas: carimbar o tecido usando esponjas e guache; desenhar as silhuetas das crianças pedindo que elas se deitem sobre o tapete, fazer a sobreposição dos contornos e, em seguida, pedir que elas pintem por cima usando tintas. Fazer intervenções com fitas crepes ou outros moldes de desenhos de interesse da turma - bichos, símbolos - para que elas passem rolinhos de pintura e deixem suas marcas sobre o tecido. Feito isso, é só esperar secar para depois começar a usá-lo como um indicador do ritual das rodas de leitura na biblioteca. 
4ª etapa
Outra estratégia para delimitar o ambiente é solicitar às famílias que enviem para a instituição camisetas, vestidos ou outras roupas reconhecidas pelas crianças para que esse material seja preenchido com espuma, costurado nas aberturas e depois pintado pelas próprias crianças, transformando-se em "almofadas personalizadas". É curioso ver a criançada de posse de sua própria roupa reaproveitada como estofados para sentar-se e deitar-se enquanto os livros são apreciados. 
5ª etapa
Apresente os livros da biblioteca aos poucos às crianças. Uma ideia é reunir a turma no "cantinho" do tapete diariamente em um horário específico, como, por exemplo, logo após o lanche, e apresentar alguns. Você pode ler o título e até o comecinho da história, mostrar as ilustrações e fazer perguntas sobre o que eles acham que acontecerá. Um pouco de suspense ajuda a aumentar a curiosidade da turma pelos livros. Deixe que as crianças também se envolvam com a organização dos volumes na estante. A divisão pode ser bem simples, como os gibis e revistas de um lado e os livros de outro. Outra classificação pode ser: ‘os que gostamos mais’ e os que ‘ainda não conhecemos’. Ou os livros que trazem histórias e os informativos, que explicam coisas. Os pequenos devem ter noção de que tipo de livros encontrarão em determinado lugar da estante. É importante que as crianças tenham acesso livre à biblioteca (ou ao menos a parte dela) e possam manusear os livros à vontade sob o olhar do professor - além do momento específico da leitura conduzido pelo educador com um enfoque direcionado a uma determinada prática.
6ª etapa
E qual deve ser a relação do professor com a leitura? Na biblioteca, o foco é pensar na sua prática enquanto leitor. Você é, afinal, o responsável por apresentar o mundo da leitura e é o mediador entre o objeto livro, as crianças e as relações que ali se estabelecem. Nessas situações, certas estratégias e posturas são importantes, tais como: antes de iniciar a roda de leitura, o professor deve mostrar o livro para as crianças, chamar a atenção para sua capa, ler e apontar para o título, dizer quem escreveu a história, quem a ilustrou e qual o nome da editora. As crianças se interessam por essas informações, por vezes perguntam sobre quem fez o livro e se manifestam com sorrisos, gargalhadas e palmas quando o nome é engraçado!
Indagá-las sobre o que acham que a história vai contar, incentivando-as a levantarem hipóteses e anteciparem a narrativa, constitui-se um estímulo à imaginação e ao desenvolvimento da oralidade. Também é necessário ler o texto na íntegra, sem suprimir trechos, pois isso ajuda a criança a perceber que as palavras representam a fala, que há muitos jeitos de se contar e diferentes estilos e estruturas de textos (rimas, poesias, contos, lendas...). Aliás, diversificar os tipos de livros, apresentando-os diária ou semanalmente possibilita que as crianças se apropriem deles com mais liberdade e competência ao manuseá-los sozinhos.
Durante a leitura, procure caprichar nas entonações de voz que transmitam emoção, suspense, surpresa e alegria. Outra dica é ler mostrando as ilustrações. Essa estratégia os deixa mais envolvidos com a narrativa. Mas deixe para fazer os comentários sobre as ilustrações após a leitura do texto.
Uma maneira de comentá-las é imaginar que somos interlocutores de uma "obra de arte", fazendo perguntas que podem ser mais simples ou complexas, respeitando a idade da criançada. Geralmente, mostramos a ilustração e incentivamos que digam: O que vêem na imagem? O que será que o personagem fez/está fazendo/fará? O que chama a atenção? O que aparece na cena? Quais objetos aparecem? Quais as cores? Como está o personagem? Triste? Alegre? Qual será seu nome? Se repentinamente surge algo inusitado como, por exemplo, uma girafa, quem já viu esse animal? Entre tantas outras possibilidades de intervenção.
Em suma, o professor leitor é aquele que, por meio da leitura, leva a criança a conhecer novos universos, despertando de alguma maneira afetos e sentimentos, que podem ser sensações de alegria, prazer, mas também lembranças, saudades... 
7ª etapa
Para o empréstimo dos livros, faça na sala um painel que servirá como fichário. Vale construir um mural, cujo fundo seja colorido pelas próprias crianças. Uma boa ideia é usar papel panamá e aquarela; outra é pintar com pincéis largos sobre cartolinas ou, ainda, espalhar tinta guache com as mãos em suportes que podem ser plastificados com contact para durar mais. Em seguida, é possível fazer alguns bolsinhos e colocar as fotos de cada criança na frente deles. Dentro de cada bolso vai uma ficha que pode ser tanto relacionada ao nome da criança e às anotações do livro que ela levará para casa, quanto o contrário: a ficha pode ser retirada do próprio livro para ser colocada no bolsinho respectivo à criança. Elas se apropriam dos combinados aos poucos. No começo, a brincadeira fica por conta de tirar e por as fichas nos bolsos, trocando-os entre os colegas. Permitir essa xperimentação inicial é saudável, para em seguida comunicar o uso correto. 
8ª etapa
Com relação ao início do empréstimo, combine com os pais ou responsáveis que a ideia é estreitar os vínculos entre a creche e a família por meio da leitura, assim como estabelecer um elo em que o livro seja o intermediador de histórias e outras conversas entre todos. O contrato aqui é definir um dia da semana (geralmente sexta-feira) e convidar as famílias para escolherem um livro junto com a criança, escutando suas preferências e estratégias de escolha, tais como: a história já conhecida, a capa que chama atenção, a editora, o autor, as ilustrações.
Feita a seleção, criança e família levam o livro para casa dentro de uma sacolinha de pano ou pasta, ao melhor estilo "vai-e-vem". No dia combinado para a devolução do livro, é importante que o professor garanta uma roda de conversa para saber das crianças como era a história, do que elas gostaram, quem leu para ela, em que lugar o livro foi lido etc. Nessas situações, as crianças costumam falar aspectos ligados à afetividade vivida com a leitura: "Minha mãe leu pra mim", "Foi minha irmã que contou a história do lobo", "O macaco encontrou a mamãe dele...".
Avaliação 
Diante do processo, o mais significativo é desenvolver permanentemente as ações e atentar-se ao movimento do grupo. Com o tempo, é possível notar que, ao estender o tapete, as crianças já se acomodam e pedem para ouvir as histórias. Também é comum que elas peguem as próprias almofadas, usando-as enquanto entram no universo mágico dos livros. Um papel importante do educador é observar como as crianças manuseiam os livros, se contam as histórias para si mesmas e para os outros, se tentam interagir com as imagens, apontando-as ou tentando pegá-las, se repetem aquilo que ouviram. Ouvir a devolutiva das famílias é outro ponto forte.
Por fim, não descuide da renovação do acervo da biblioteca. A chegada de novos livros potencializa o interesse das crianças e amplia o repertório delas.

Leitura de textos informativos na creche

Objetivos 
- Escutar a leitura de textos informativos feita pelo professor. 
- Desenvolver comportamentos leitores e escritores quando se quer saber mais sobre um tema. 
Conteúdos
- Familiarização com textos informativos: ler para saber mais. 
- Exploração de diferentes fontes de informação e procedimentos de pesquisa. 
Anos 
Creche. 
Tempo estimado 
Seis aulas. 
Material necessário 
Livros, revistas, enciclopédias, jornais e documentários (vídeo ou DVD). 
Flexibilização
A importância do acervo variado e da escolha de temas que façam parte do universo dos pequenos é crucial para a compreensão de crianças com deficiência intelectual. Na creche, todos ainda estão aprendendo a expressar-se e a adquirir autonomia. Por isso, é importante valorizar as habilidades e as limitações de cada criança. Aproximar a escolha dos assuntos das situações do cotidiano é fundamental. Diversifique os meios de acesso ao conteúdo na sala. Isso facilita o desenvolvimento da criança com deficiência. Capriche na interpretação ao longo da leitura do texto e leia pausadamente. Os pais da criança com deficiência intelectual podem reforçar a leitura em casa do texto indicado pela educadora e de outros textos. Fazer com que o pequeno reconte os conteúdos à sua maneira é um excelente exercício para que ele pratique a oralidade. Estimule a criança para que ela também faça observações junto dos colegas nas discussões na creche. Avalie se a criança conseguiu familiarizar-se com os livros e adquiriu noções sobre como manuseá-los.
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Separe o material pertinente ao estudo que será feito. Cuide para que o tema desperte o interesse dos pequenos, como animais marinhos. Verifique se as fontes são confiáveis, organize um acervo variado e garanta que algumas das leituras sejam feitas com o material destinado a adultos: revistas, jornais e livros científicos de circulação social. 
2ª etapa 
Faça uma breve leitura de um texto informativo ou apresente trechos de documentários (por exemplo, um filme que mostre a interação dos animais no ambiente marinho). Proponha uma discussão sobre os assuntos abordados e levante as dúvidas da turma. Divida um cartaz em duas colunas e escreva, de um lado, "o que queremos saber" e, no outro, "o que aprendemos". Registre comentários das crianças, as questões que não foram respondidas e as que devem ser retomadas. 
3ª etapa 
Recupere o que já foi registrado e leve um novo texto. Atue como leitor-modelo: compartilhe como se faz uso de índices, indique onde estão o título e o subtítulo e faça a leitura do material. Registre num novo cartaz as descobertas realizadas. 
4ª etapa 
Apresente outro texto. Leia o título para a turma antecipar do que se trata. Faça pausas e releia trechos sempre que julgar importante. Caso apareçam palavras difíceis, aposte na compreensão por meio do contexto. Após a leitura, estimule que todos façam comentários e avancem em suas hipóteses. Registre as descobertas. 

5ª etapa 
Disponibilize diferentes materiais sobre o tema e coloque no centro da roda: podem ser livros com fotos, matérias com curiosidades, fichas técnicas com as características físicas dos animais marinhos etc. Oriente todos a fazer buscas com base nas ilustrações. Estimule o manuseio do material, dando pistas de como buscar dados e ajudando-os a marcar as páginas selecionadas. Quando finalizarem, retorne à roda e socialize o que encontraram. O objetivo é que as crianças possam olhar o material e participar da busca da informação.
6ª etapa 
Confronte as perguntas levantadas na 2ª etapa e as descobertas feitas. Retome os cartazes para refletir sobre quais dúvidas foram esclarecidas e o que teriam que continuar pesquisando.
Avaliação 
Verifique se as crianças demonstraram interesse no processo de pesquisa, se avançaram em relação às hipóteses iniciais e se levantaram novas questões. O propósito da atividade é desenvolver o gosto por ler para saber mais, manusear textos científicos de circulação social e compreender que podem aprender muito com eles

Descobrindo o livro e o prazer em ouvir histórias

Objetivos 
Criar o hábito de escutar histórias. 
Favorecer momentos de prazer em grupo. 
Enriquecer o imaginário infantil 
Favorecer o contato com textos de qualidade literária. 
Valorizar o livro como fonte de entretenimento e conhecimento. 
Para crianças de até 1 ano 
Dirigir-se aos livros por meio de falas, gestos, balbucios (gritinhos, sorrisos, vocalizações, entre outros) e expressões faciais. 
Imitar sons com base na fala do educador. 
Estabelecer situações comunicativas significativas com adultos e outras crianças do grupo. 
Reconhecer o livro como portador de história, manifestando prazer ao explorá-lo e ao ser convidado pelo professor para escutar o que será lido. 
Ouvir o professor com progressiva atenção. 
Para crianças de até 3 anos 
Além dos objetivos acima: 
Ampliar repertório de palavras e histórias conhecidas. 
Construir frases e narrativas com base nas conversas sobre os livros. 
Entreter-se com leituras mais longas participando atentamente. 
Reconhecer e nomear alguns livros. 
Manipular o livro, folheando as páginas e fazendo referências às imagens. 
Cuidar do livro e valorizá-lo. 
Imitar o adulto lendo histórias 
Tempo estimado 
Todos os dias. 

Material necessário 

Livros de literatura, almofadas e bebês-conforto. 
Desenvolvimento 
O trabalho começa com a sua preparação. Selecione livros com textos bem elaborados e ilustrações de qualidade. As histórias devem ter estruturas textuais repetitivas que favorecem a compreensão e a memorização. Programe-se para disponibilizar os livros em diferentes momentos da rotina. Promova conversas sobre eles fazendo perguntas e descrições, destacando os personagens e retomando as partes que as crianças consideram mais queridas. Após apresentar um livro novo, repita a leitura dele várias vezes para que a turma possa se apropriar da narração, memorizar partes da história e interagir com seu conteúdo. Alterne, na semana, a leitura de histórias repetidas e a introdução de novas. Esteja sempre atento às iniciativas das crianças e responda a elas por meio da fala, de gestos e de expressões faciais. Sempre promova conversas entre as crianças sobre o que foi lido. 
ATIVIDADE 1 
Leia o livro para conhecer bem a história. Treine a entonação e a fluência da leitura lendo em voz alta para si mesmo antes de apresentá-lo aos pequenos. Prepare o espaço para que todos fiquem confortáveis. Eles podem deitar-se entre almofadas, sentar-se em roda ou no bebê-conforto. É importante que todos consigam ver o livro. Apresente-o para o grupo destacando as informações da capa (título, ilustração, nome do autor, ilustrador etc.). Faça uma breve apresentação da história despertando o interesse em escutá-la. Leia de forma fiel ao texto e vá mostrando as ilustrações conforme lê. No fim, converse com as crianças sobre a história: pergunte se e do que gostaram, volte às partes comentadas, mostre novamente as ilustrações e deixe que elas explorem o livro. 
ATIVIDADE 2 
Leia a mesma história nos outros dias observando sempre o interesse do grupo. Observe se solicitam a leitura do livro. Sempre que for iniciar a atividade, cuide do espaço garantindo que este seja sempre um momento confortável e prazeroso. Mostre o livro às crianças e pergunte se lembram da história: pergunte sobre o título, os personagens e os acontecimentos que lembram. Só então conte novamente a história. Essa atividade pode ocorrer em média três vezes na semana. 
ATIVIDADE 3 
Prepare-se para a apresentação de um novo livro realizando os mesmos procedimentos relatados na atividade 1. Inicie conversando com as crianças sobre aquele que já conhecem. Conte que irá apresentar uma nova obra que tem uma história diferente. Repita o que foi destacado anteriormente durante a leitura e a conversa sobre a história 
Avaliação 
Verifique se as crianças ficam atentas a sua fala e às ilustrações. Veja se conseguem comentar a história com os colegas e se respondem às perguntas feitas sobre um livro já conhecido. Observe se conseguem se lembrar se algum título conhecido quando perguntado.

Bebeteca: lugar de pequenos leitores  Atividade Permanente

Objetivos 
Introduzir o hábito da leitura. 
Ampliar o universo cultural. 
Apresentar procedimentos de contato com os livros. 
Desenvolver o gosto e o prazer pela leitura compartilhada como forma de aprender, socializar-se e interagir.
Conteúdos 
Leitura de capas, textos e imagens dos livros. 
Criação de repertório de textos e imagens. 
Ampliação e desenvolvimento da linguagem oral. 
Noções de causalidade e tempo. Articulação de idéias. 
Tempo estimado 
Um mês para montar o espaço. As atividades devem ser permanentes, feitas diariamente durante 30 minutos ou enquanto durar o interesse da turma. 
Materiais necessários
Livros de boa qualidade e adequados às características da faixa etária (exemplares de tecido ou plástico, de tamanhos variados, com dobraduras, de papel cartonado, com texturas etc.), estantes ou caixas baixas de fácil acesso, tapete, colcha ou tatame, cadeirinhas, bebê-conforto ou carrinho. 
Organização da sala 
Em roda.
 Desenvolvimento 
Comece a montagem da bebeteca selecionando os títulos. Dê preferência a histórias interessantes e que não emitam juízos de valor. Os enredos que apresentam objetos e personagens comuns do universo infantil como bolas, brinquedos e carros, entre outros e que transferem características humanas a animais e coisas costumam ser os prediletos. Fique atento também às ilustrações, pois elas ajudam a chamar a atenção para os livros e a contar o enredo. As figuras grandes, coloridas e bonitas aprimoram a percepção visual e ampliam o repertório de imagens. 
Insira no acervo edições de diferentes tipos (de plástico ou tecido) e que inovem na forma (figuras em relevo, páginas com dobraduras ou com espaços de interação). É fundamental agregar gêneros diversos. Histórias que tenham apenas imagens agradam aos menores. 
Pense também no espaço físico. Se não houver na creche uma sala própria para esse fim, procure instalar a bebeteca em um canto amplo e tranqüilo. Os livros devem estar sempre à disposição, mas é importante ter um lugar para que sejam guardados. Para isso, use estantes ou caixas de madeira, colocadas em altura própria para que todos alcancem os exemplares. 
Decore a sala ou o canto com recursos adicionais como fantoches e móbiles. Para o chão, providencie tatames, colchas e tapetes em que todos possam se espalhar e ficar à vontade para devorar os livros. 
Estabeleça um momento específico na rotina diária para as atividades da bebeteca. Nos primeiros encontros, apresente os materiais para as crianças, observando a forma como elas se relacionam com eles, as preferências individuais e o tempo que cada uma dedica à atividade. 
Ensine a importância de cuidar bem do material e de preservá-lo. 
Durante as atividades, ofereça a possibilidade de manusear os livros. 
Leia com a garotada as imagens e os textos, apontando figuras e nomeando personagens. Para desenvolver a escuta atenta e favorecer a concentração de todos, capriche na entonação e no ritmo. 
Não tenha receio de repetir a mesma trama mais de uma vez. Os que já sabem falar não se cansam de pedir as preferidas, e isso é importante para que apreendam a história e prestem atenção em detalhes diferentes a cada vez. Você pode ler um livro em várias sessões se ele estiver dividido em capítulos. Sempre que possível, amplie as situações: além de ler por prazer, a turma pode ser colocada em contato com outros propósitos, como o de ler para pesquisar (enciclopédias infantis, sites etc.), estudar e seguir instruções (receitas e manuais). 
A leitura é apenas uma das formas de contato com os livros. Outras podem ser exploradas, como o teatro de fantoches, de dedos ou de sombras o flanelógrafo e músicas cantadas. Trabalhe com os personagens, as características e as falas particulares. Convide as crianças a ser os protagonistas nesses momentos. É uma forma de mostrarem as aprendizagens. 

No decorrer do ano, diversifique a oferta de materiais ampliando o repertório de histórias. Promova vários momentos de intercâmbio com outros grupos para trocar conhecimentos e interagir. 
Confeccione um cartaz em sala com imagens das capas dos livros para estimular a leitura. 
Fotografe as atividades, compartilhando com o grupo e as famílias a experiência de contato com os livros. Aproveite algumas idas à bebeteca para promover a aproximação das famílias com a escola: convide pais e mães para ler para os filhos e seus colegas ou mesmo para ouvir as histórias que você conta. 
Avaliação 
Faça a avaliação do trabalho durante todo o processo, desde a montagem do espaço até as atividades propostas. Não hesite em alterar a ordem das etapas previstas ou os encaminhamentos planejados em função das necessidades dos bebês. Observe as crianças interagindo com os livros e o tempo que se mantêm concentradas. Um bom termômetro é quando elas começam a pedir para ouvir histórias. Muitas vão começar a deixar explícitos quais são os títulos prediletos, comentá-los e pedir para levá-los para casa. Anote as preferências do grupo. Sugira atividades específicas com elas para verificar a familiaridade com os enredos, personagens e imagens. Importante verificar se a turma tem comportamento leitor no manuseio das obras e na postura para escutá-los. Nessa faixa etária, a paciência e a perseverança são essenciais para um trabalho bem-sucedido.

 Processo de acolhimento das crianças e das famílias

Objetivos
- Envolver as famílias que chegam à escola pela primeira vez num clima de acolhimento, segurança, cuidado e afeto.
- Incluir as crianças na construção do espaço e do tempo da escola (rotina)
- Acolher as singularidades de cada criança e incluí-las no desenvolvimento das situações planejadas.
- Mediar as experiências da criança com a cultura
Conteúdos
- Inclusão das famílias no processo de adaptação
- Envolvimento das crianças na construção da rotina
- Respeito e valorização das singularidades das crianças
- Mediação das experiências da criança com a cultura
Idade 
2 e 3 anos (a sequência pode ser adaptada para acolher crianças de até 5 anos)
Tempo estimado 
Duas semanas
Materiais necessários
- Objetos para casinha, bonecas, carrinhos, giz ou fita crepe, massinha, papel para desenho, fantasias;
- Uma caixa de papelão;
- Uma foto de cada criança;
- Fotos ou desenhos de situações da rotina; 
- Livros de literatura infantil.
Flexibilização
Para crianças com deficiência física 
Para incluir crianças com deficiência física nos membros inferiores, o primeiro passo é garantir a acessibilidade dos espaços da creche. Faça um passeio com a criança pelas salas e áreas externas e apresente-a aos colegas. Deixe que as crianças interajam e conversem. Caso as crianças tenham dúvidas, como por exemplo "por que ele não anda?", responda de forma clara. Aproveite a oportunidade para contar a todos que a limitação motora do colega, de forma alguma o impede de fazer as atividades propostas, mas que, para algumas ações, ele pode precisar de ajuda. Explique isso à criança com deficiência física e mostre que ele pode recorrer a você ou aos colegas sempre que precisar. Conte com a ajuda da família para compreender melhor as necessidades e hábitos da criança. Procure manter objetos ao alcance dos pequenos e respeite o tempo de aprendizagem da criança. 
Desenvolvimento
A adaptação começa antes da entrada da criança na escola. Solicite, portanto, aos familiares que preencham previamente uma ficha, ou então, realize uma entrevista com perguntas que retratem quem é a criança: seu nome, se possui irmãos na escola, suas brincadeiras preferidas, comidas que aprecia ou não, se possui objetos de apego, chupeta e o que costuma gerar conforto ou desconforto emocional (por exemplo, a resistência para relacionar-se com pessoas estranhas).
Ao ler as fichas e estabelecer um primeiro contato com as crianças inicie o planejamento.
1º dia
Organize o ambiente contemplando, também, as preferências observadas nos relatos das famílias: por exemplo, um canto de casinha com carrinhos de boneca e bonecas; um outro, com carrinhos e algumas pistas desenhadas no chão com giz ou fita crepe; um canto com massinha ou materiais para desenho. O tempo de permanência da criança na escola pode ser aumentado gradativamente, mas é importante que nos primeiros dias uma pessoa de sua referência afetiva permaneça o tempo que for necessário próximo dela, mesmo que seja em outro lugar que não seja a sala de aula.
Já neste primeiro dia mostre que houve interesse em conhecer a história de cada um, faça comentários do tipo: "João, sua mãe me contou que você gosta muito de bola, você viu que aqui nesta sua escola você pode brincar de futebol? Veja quantas bolas separei para você, quer brincar comigo?", ou: "Marina, eu já sei que você adora massinha, vamos fazer um bolo e uma festa com seus novos colegas?".
No encerramento dessa proposta, anuncie para as crianças o que será feito a seguir. Faça um passeio pela escola e apresente os espaços e pessoas que pertencem a este lugar. Em seguida, apresente uma brincadeira cantada para as crianças e os pais. No final do dia faça uma roda de conversa com as crianças e relembre o que observou de mais significativo do movimento do grupo; narre algumas cenas que revelaram envolvimento, interesse e anuncie o que viverão no dia seguinte.
Solicite aos pais uma foto da criança para que seja organizado um canto do grupo na sala de aula.
Avaliação Observe e registre posteriormente as crianças que mais se envolveram com as propostas e as mais resistentes à aproximação dos adultos para pensar em formas de convite e construção de vínculos nas próximas situações. 
2º dia
Organize os cantos de atividades diversificadas de desenho, massinha, jogos e fantasias e compartilhe com as crianças as opções que terão neste dia. Procure circular pelos diferentes cantos e participe das situações junto com os pequenos.
Num outro momento, apresente para as crianças o canto que foi escolhido para colocar as suas fotos e envolva-as nesta situação. Crie um contexto de interação neste momento: ao colocar as fotos no painel cante músicas com os nomes das crianças ou então faça uma brincadeira referindo-se a algumas características físicas ou ações observadas no dia. Por exemplo: "esta menina que vou mostrar agora brincou muito de bola, comeu muita banana e está ao lado do Lucas. Quem será?"
Faça a leitura de uma história e mostre onde será o canto de livros do grupo.
No final, apresente uma caixa onde ficarão os objetos trazidos pelas crianças de casa.
Solicite aos pais que façam um desenho com seus filhos e tragam no dia seguinte para ser colado nesta caixa. Se possível tire uma foto do grupo para identificar este objeto que será de todos.
Avaliação Observe a movimentação das crianças nos cantos e a forma de envolvimento com as propostas. Anote como foram as reações daquelas crianças mais caladas, das que resistem aos contatos, ou mesmo daquelas que demonstram uma certa euforia diante de tanta novidade. 
3º dia
Faça mais uma vez a brincadeira com as fotos das crianças e com as músicas "A canoa virou"; "João roubou pão". Proponha mais uma vez os cantos de atividades diversificadas de massinha, casinha, pistas de carrinhos e bichos.
Monte com as crianças a caixa onde ficarão seus objetos e escolham um canto onde ela ficará guardada.
Compartilhe mais uma leitura e guarde mais um livro na biblioteca que será do grupo. 
Encerre o dia recuperando oralmente o que foi vivido pelas crianças e anuncie algo que as aguardará no dia seguinte. Faça também um clima de surpresa, de expectativa para as novas experiências.
Avaliação Invista na interação com as crianças que demonstram maior dificuldade e resistência. Chame-as para pegar algum material com você para a organização do ambiente, sente-se ao lado para fazer um desenho, faça você um mesmo um desenho ou escultura de massinha para que leve para casa e observe as reações a estas formas de convite. Não se esqueça de que aquelas crianças que aparentemente estão achando que tudo é uma "festa", merecem um olhar especial, um colo, momentos de atenção para se entregarem às propostas e para compreenderem o que está acontecendo com elas. 
4º dia
Receba as crianças com os cantos de atividades diversificadas (no mínimo 3). Faça mais uma vez a brincadeira com as fotos. Apresente em forma de desenho ou por meio de fotografias das crianças, cada situação da rotina (o professor deve organizar este material previamente). Converse com as crianças o que fazem em cada momento e organize junto com elas a sequência temporal das atividades. Diga que essas fotos ou desenhos ajudarão a saber o que farão na escola e que logo após o lanche ou então da brincadeira no parque, por exemplo, seus pais voltarão para buscá-las. Cole o quadro da rotina num lugar de fácil acesso para as crianças.
Avaliação Ao anunciar os momentos que retratam a rotina, diga às crianças que ainda choram e demonstram sofrimento em estar neste novo ambiente, quais são as situações que viverão e quando será o momento de reverem as pessoas de sua família todos os dias. Observe as reações e sempre que chorarem recorra a esta estratégia para ajudar a tranquilizar as crianças. 

5º dia 
Receba as crianças em roda e conte que escolheu montar os cantos que mais gostaram no decorrer da semana. Quando encerrar, recorra ao quadro da rotina para situar o que farão a seguir. Faça mais uma leitura e guarde mais um livro na biblioteca do grupo. Comente que, aos poucos, conhecerão muitas histórias. Em seguida, mude a atividade e faça com o grupo uma salada de frutas (se possível, peça no dia anterior que cada criança traga de casa uma fruta). Ou então, no lanche, faça um piquenique no espaço externo da escola.
Encerre o dia com uma brincadeira. Conte que ficarão dois dias em casa sem vir para a escola, mas que muitas novidades as aguardam na próxima semana. Fale que brincarão muito e que o professor estará sempre presente quando precisarem de algo.
Avaliação Ajude as crianças mais resistentes à aproximação a transformarem sentimentos em palavras. Reconheça os desafios ainda existentes, mas reafirme que na próxima semana estará novamente na escola para recebê-las e investigar quais são as brincadeiras e outras situações que lhes farão se sentir bem neste ambiente. Se possível, empreste algum livro ou brinquedo e peça para que cuide bem e traga novamente para a escola na próxima semana. Isso ajudará neste processo de construção de vínculo com a escola e com o educador

Ai, que vontade de morder

Objetivo 
Lidar com crianças que mordem.
Flexibilização
Para crianças com deficiência intelectual
Crianças com alguns tipos de deficiência intelectual tendem a ter crises de agressividade, provocadas pela dificuldade de interação e de convívio social. Por isso, podem demorar mais para aprender que não devem morder os colegas. Fique atento às informações compartilhadas com os pais e profissionais de saúde que cuidam da criança, pois podem ser muito úteis para pensar quais recursos são adequados para desenvolver a habilidade comunicativa do bebê. O importante é que, aos poucos, e com muita conversa, os pequenos aprendam que morder os colegas não é bom. Respeite o tempo de aprendizagem dessa criança e mostre a ela como é possível mudar de atitude. 
Desenvolvimento 
Para que as mordidas não aconteçam
Estimule situações comunicativas, pois o uso progressivo da fala e de outras formas de comunicação vão, aos poucos, substituir as dentadas.
Garanta que haja variedade de material, principalmente dos brinquedos preferidos. Dessa forma, há a possibilidades de escolha para todos, evitando-se assim as disputas. Esteja sempre por perto na hora em que o grupo compartilhar brinquedos.
Evite situações que irritam ou cansam as crianças, como fome, sono e longos períodos de espera entre uma atividade e outra. Se houver uma que costuma morder com mais frequência, fique próximo dela. Certamente ela vai se sentir mais constrangida com um adulto por perto. 
Mas, se elas acontecerem... 
Antes de tudo, cuide de quem sofreu a mordida e o acolha. Se quem mordeu tiver mais de 3 anos, chame-o para ajudar a cuidar do machucado que causou e assim conhecer as consequências de sua ação. Não brigue, mas seja firme e explique que isso não é uma coisa boa de se fazer porque causa dor.
Analise os contextos e a frequência desse comportamento e investigue as causas, mas nunca estigmatize a criança tornando-a a mordedora do grupo. Ao contrário, procure ajudá-la a mudar de atitude.
Ao avisar os pais de quem sofreu a mordida, não revele o nome do colega que causou o machucado, mas explique as providências tomadas. Já os familiares da que mordeu só devem ser comunicados se o comportamento se repetir com frequência.

Brincadeiras na frente do espelho

Objetivos 
- Familiarizar-se com a imagem do corpo. 
- Trabalhar imitações, gestos e expressões. 
- Construir a identidade.
Tempo estimado 
De 15 a 20 minutos por dia.
Material necessário 
Dois espelhos grandes (de preferência presos à parede), cartazetes com fotos de diferentes expressões faciais retiradas de revistas ou da internet, aparelho de som, fantasias, bijuterias, chapéus, maquiagem infantil e colchonete.
Flexibilização
Para crianças com deficiência visual
Tocar as diferentes partes do corpo é muito importante para a criança com deficiência visual. Descreva os gestos feitos pelas outras crianças e, nas primeiras vezes, ajude a criança a imitar. Você também pode ampliar o tempo de realização das atividades propostas, permitindo que a criança toque nos colegas. O estímulo auditivo também é fundamental. Músicas, barulhos e comandos sonoros podem ajudar. Na atividade das caretas, você pode trabalhar com sons (todo mundo faz barulho de riso, todo mundo imita choro). Oferecer um espaço adequado para que esta criança também possa desenvolver a sua mobilidade é outra ação fundamental. Organize os cantos da creche de modo que o bebê possa explorar os espaços e localizar-se no ambiente, garantindo a sua progressiva autonomia. 
Desenvolvimento 
Todas as atividades devem ser feitas em frente aos espelhos, sempre estimulando a observação. 
Atividade 1 
Incentive os pequenos a observar a própria imagem. Peça que eles toquem diferentes partes do corpo. Proponha brincadeiras como balançar os cabelos, levantar os ombros e cruzar os braços. Estimule-os a imitar os gestos dos colegas: Vejam a careta do João! Vamos fazer igual? 
Atividade 2 
Coloque músicas do cancioneiro popular (Caranguejo Não É Peixe, Cabeça, Ombro, Perna e Pé etc.) que abordem partes do corpo ou sugiram movimentos. O objetivo é se aventurar em novos gestos e imitar os colegas. 
Atividade 3 
Proponha agora a brincadeira seu-mestre-mandou. Com todos em pé, dê os comandos: Cruzar as pernas!, Ajoelhar-se!. A cada posição, estimule-os a se observar e testar possibilidades de movimento. 
Atividade 4 
Para brincar com expressões faciais, mostre cartazetes com diversas fisionomias. Depois, sugira que a garotada faça caretas variadas. 
Atividade 5 
Hora do faz-de-conta: sugira que cada um escolha se quer brincar de casinha, fantasiar-se ou maquiar-se. Ofereça novas possibilidades de acessórios e de brincadeiras. 
Avaliação 
Observe se houve concentração, interação com o espelho e com os colegas e exploração dos gestos e materiais. Sempre que possível, repita a seqüência com outras propostas e brincadeiras.

 Pessoal e coletivo

Objetivos 
- Partilhar experiências e objetos próprios e dos colegas, aproximando-se de regras de convivência. 
- Ter prazer e se divertir com a vivência coletiva na creche, inclusive na relação com outras crianças. 
- Desenvolver, gradativamente, a autonomia em relação às regras sociais. 
- Identificar e diferenciar os pertences coletivos dos individuais.
Conteúdos 
- Identidade. 
- Autonomia. 
Tempo estimado 
O ano todo.

Flexibilização
Para crianças com deficiência intelectual
O trabalho com as fotos, assim como a organização dos espaços e da rotina na creche contribuem para o desenvolvimento das crianças com deficiência intelectual - geralmente mais lento que o dos colegas. Mas nas deficiências menos severas as dificuldades são pouco notadas nos primeiros anos de vida. Por isso, é muito importante contar com as informações fornecidas pelos familiares da criança e pelos profissionais de saúde que a acompanham. Você também deve observar e registrar os avanços do bebê para propor os caminhos adequados ao desenvolvimento da identidade e da autonomia. A repetição de atividades e a oferta de fotografias e objetos que façam parte do dia a dia da criança são ações imprescindíveis. 
Material necessário 
Pertences diversos individuais das crianças (como brinquedos e mochilas) e coletivos da turma (pincéis e lápis, por exemplo). Máquina fotográfica ou fotos das crianças feitas pelas famílias. 
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Fotografe a turma reunida e, depois, uma criança de cada vez. Entregue para cada uma delas a foto individual e deixe que todas manuseiem as imagens, emprestando a sua para os colegas. A ideia é que todos se familiarizem uns com os outros. Em seguida, recolha as fotos e mostre-as uma a uma para os pequenos, perguntando quem é quem. Estimule-os a apontar o colega e repetir o nome dele. Convide todos a pegar a própria foto. Faça cartazes com as imagens e o nome de cada um e deixe-os expostos na sala. Chame a atenção do grupo quando alguém estiver ausente e mostre o retrato. Repita essas situações diversas vezes.
2ª etapa 
Separe um espaço na sala (podem ser prateleiras, cabides ou caixas, por exemplo) para cada criança colocar seus objetos pessoais (como blocos de papel, brinquedos, copos e agasalhos). Identifique cada local com a foto e o nome dela. Explique que assim todos vão saber identificar o que é seu e do outro. Depois, peça que coloquem seus pertences no espaço respectivo. Em diferentes momentos, mostre os objetos no espaço identificado e deixe que as crianças identifiquem o proprietário, recorrendo às fotos. Use as imagens do grupo reunido para identificar onde são guardados os objetos que são para o uso coletivo. 
3ª etapa 
Proponha que os pequenos tragam objetos pessoais de casa, em especial os brinquedos. 
Converse com as famílias para que ajudem os filhos a escolher o que eles estejam dispostos a emprestar para os colegas. Trabalhe com o grupo as oportunidades de troca e a chance de pedir as coisas emprestadas para os amigos. Converse individualmente e com o grupo sobre isso, enfatizando por que é importante dividir e a validade de cuidar do que é do outro e de não pegar algo que está nas mãos de alguém, enquanto isso estiver em uso. 
Avaliação 
Crie situações variadas para observar como a turma se relaciona com os espaços, as pessoas e os objetos. Proporcione momentos que envolvam a troca, por exemplo. Busque os avanços nas relações de respeito (pedir emprestado, entregar e devolver), na identificação dos objetos pessoais e dos que são de todos. É importante que os pequenos tenham se desenvolvido em relação à autonomia tanto nas relações com outros como no uso de objetos.